A alimentação vegana e vegetariana não é 100% vegetal



Uma informação muito propagada entre vegans e vegetarianos é de que a alimentação vegana/vegetariana (não incluindo o protovegetarianismo) é “100% vegetal”. Essa crença é equivocada, ou seja, ao contrário do que se afirma por aí, nem todo alimento no veganismo e no vegetarianismo é vegetal.

Não falo isso em relação a produtos animais como laticínios, ovos e derivados da apicultura, que não são produtos vegetarianos – ao contrário do que muitos protovegetarianos ainda acreditam –, tampouco, obviamente, veganos. Mas sim pela presença de importantes produtos minerais e, opcionalmente, de fungos e algas numa alimentação ética.

O exemplo mais óbvio é a água. Ela não é um produto vegetal, mas sim um mineral. E mesmo não sendo originada de plantas, é indiscutivelmente essencial para a vida humana.

Além da água, o cloreto de sódio, sob a forma de sal de cozinha, também é um produto mineral comestível, a ser consumido em doses moderadas – ou bastante baixas, para quem tem hipertensão. É dele que provém a maior parte da quantia de sódio incluída nas necessidades diárias do corpo humano.

Somam-se a esses minerais alimentos opcionais originados de seres vivos que não são vegetais. São os fungos, na maioria das vezes cogumelos – como, por exemplo, o shimeji, o shitake, o champignon e os cogumelos em conserva vendidos em supermercados –, e as algas, hoje não mais consideradas vegetais – como exemplos, existem o ágar-ágar (gelatina extraída de algas), a alga nori, a “alface do mar”, a wakame e a microalga spirulina.

Por isso, é errado dizer que vegans e vegetarianos consomem uma alimentação “100% vegetal”, já que esta é composta também de minerais, fungos e algas. O mais lógico é dizer, ao invés, que a alimentação ética é 0% animal.

Robson Fernando De Souza

Autor dos blogs Consciencia.blog.br e Veganagente e do vlog Canal Veganagente. Articulista desde 2007, blogueiro desde 2008, vlogueiro desde 2011. Atualmente estuda Ciências Sociais na UFPE

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