TCC - Puppy Mills: crueldade em escala industrial




Para atender a crescente demanda por animais domésticos de determinadas raças, os canis comerciais movimentam uma indústria que atua barbaramente na criação de cães. Com o objetivo de minimizar os custos e maximizar os lucros, os animais – principalmente as matrizes – são explorados até a exaustão, para, posteriormente, serem descartados. Alheios ao bem estar dos animais, os criadouros, também conhecidos como Puppy Mills (fábrica de filhotes), normalmente ignoram as suas necessidades básicas, mantendo-os confinados em recintos apertados e sujos, com ausência de luz, alimentação e higiene precárias e sem assistência veterinária. Para a reprodução a fêmea gesta a cada cio sendo acorrentada em um suporte para que o macho a fecunde, podendo receber injeções hormonais para produzir mais filhotes. Devido a exaustão, as matrizes exploradas vivem em média de três a quatro anos, até que são abandonadas ou induzidas à morte.

MOVIMENTO NÃO MATE - VER MELHOR



Animação de 1 minuto que promove a compaixão animal & o veganismo

Este projeto busca mostrar, de forma simples e lúdica, que é possível fazer escolhas mais éticas, conscientes e compassivas diariamente. Ao deixar de consumir carne e demais produtos de origem animal, temos a chance de poupá-los do sofrimento, interrompendo uma grande e cruel cadeia de exploração.

Movimento Não Mate é um projeto independente, colaborativo e sem fins lucrativos que surgiu em São Paulo em 2009 com o objetivo de promover os direitos animais e o veganismo por meio da arte. Suas principais frentes de ação se baseiam em intervenções urbanas e produção audiovisual. Todo material gráfico produzido pode ser baixado gratuitamente neste site.

https://www.naomate.org/


Direitos animais, uma exclusividade humana?



Tirar a vida dos animais é considerado um direito humano universal. Dez vezes a população de humanos é o número de animais mortos por ano ao redor do mundo para alimentar pouco mais de cinco bilhões de humanos que consomem, através de seus alimentos animalizados, 80% de toda proteína vegetal nobre cultivada ao redor do planeta e dada de comer aos animais que são mortos para virar bife, linguiça, presunto, salsicha e patê, ou que têm sua vida abreviada pela escravização de seus corpos na produção de ovos e de laticínios.

Manter uma dieta que representa a devastação de 80% de toda proteína cultivada no mundo, e das águas boas dadas de beber a esses 70 bilhões de animais, mantidos em confinamento, semiconfinamento ou mesmo soltos nos pastos, não parece evocar nos humanos super proteinizados qualquer questionamento de ordem moral. Seguir a dieta tradicional é um costume. E, costumes, costumam-se preservar sem questionar. É fácil confundir o que é mera repetição de práticas, com valores morais, que, supostamente, não devem abolidos. Entretanto, é sabido, a história nos ensina, que a maior parte das tradições são apenas traições aos direitos que não deveriam ter sido surrupiados dos inocentes.

Matar um animal aos 40 dias de vida, quando, naturalmente, ele poderia seguir em vida por até 6.000 ou 7.000 dias (galinhas e galos), não parece assombrar quem se delicia com um bocado de frango assado ou ensopado. O tempo de vida do frango abatido não alcançou sequer 0,6% do que sua espécie lhe destinaria, caso não houvesse nascido sob o regime de propriedade e escravidão ao qual está atrelado sem perdão ou chance de vida.

Consideremos a média de 78 anos de vida humana, portanto, um viver que pode chegar a uns 28 mil dias. Caso fosse abatido para qualquer propósito alheio no tempo proporcional ao do abate de frangos, um bebê humano teria vivido seis meses, incompletos, até seu abate.

Um bezerro destinado à morte pela indústria de carnes vive por volta de um ano e meio a dois anos, de 550 a 730 dias, quando é empurrado, em estado de terror pânico, pelo corredor da morte, até chegar à câmara de sangria.

Mas um bovino, naturalmente, nasceu para viver uns 25 anos. Sua morte aos 550 dias de vida está mais do que longe dos 9.000 dias nos quais sua natureza poderia se desenvolver plenamente e seguir todos os processos para os quais a espécie bovina vem à vida. Comer carnes bovinas é alimentar-se dos restos de um animal que mal chegou a viver 6% do total da vida que lhe seria destinada. Isso equivale a uns 4,5 anos de vida de um humano.

A vida de um suíno pode passar de 4.000 dias. Mas, nascido e forçado a viver em prisão perpétua, sem direito de gozar os prazeres de sua espécie, um porco é morto aos 140 dias de vida, o que mal chega a 3,5% do tempo que sua natureza traçou para gozar plenamente “a dor e a delícia de ser (o suíno) que é”.

O presunto que compõe o sanduíche tão inocente, a “costelinha”, o “lombinho” (as pessoas usam o diminutivo quando se referem ao que comem, como se isso aliviasse o peso da morte alheia carreada para seus estômagos), são partes de um bebê suíno, morto numa idade que equivale a de um bebê humano com 2,7 anos de vida. A mais “tenra infância”.

Enfim, comemos os bebês das outras fêmeas. E estamos convencidas de que fazer isso é um “direito humano fundamental”. Não é. Para ser um direito humano fundamental precisaria ser algo que não prejudicasse nenhum outro ser senciente. E, para não deixar dúvida, precisaria não tirar de qualquer outro ser que se iguala a nós em todos os aspectos e peculiaridades que nos levaram a decretar para todos os humanos direitos fundamentais, seu direito também fundamental. Sem assegurar bens fundamentais universalmente dados, como é o caso da vida, não faz sentido declarar quaisquer outros direitos.

A verdade é que ter direito à vida humana não inclui o dever de se alimentar de pedaços de corpos de outros animais ou de secreções tiradas à força dos corpos das fêmeas de outras espécies. Se tal não é um direito, tampouco é um dever humano.

Bovinos podem viver até 25 anos em liberdade, seguindo seu éthos natural. No sistema de extração de leite, por ele ser, inerentemente, escravizador, as vacas não passam, a não ser exauridas, dos seis anos de vida. Quando seu metabolismo se esgota, elas são enviadas para o matadouro (viram carne de hambúrguer) e sofrem o mesmo tipo de morte que seus filhos sofreram aos 18 ou 20 meses de vida. As galinhas podem viver livres uns 16 anos (galos, 20), mas, no confinamento, as escravizadas pela coleta de ovos não passam dos quatro anos de vida, se é que isso ao qual foram forçadas pode se chamar vida.

Se, para qualquer desses animais não foram reconhecidos direitos fundamentais, em contrapartida, para nenhum humano foi declarado o dever de seguir o padrão da dieta estabelecida nos últimos 50 anos ao redor do mundo.

Então, se não é um dever alimentar-se de carnes, laticínios e ovos, os humanos o fazem por condicionamento mental e moral, algo que pensam ser uma “necessidade”, mas não é.

Se não é um “direito humano” alimentar-se de carnes, laticínios e ovos, então não há humano que possa exigir compor o seu prato com os restos mortais dos animais ou secreções tiradas de seus corpos através do manejo. Se alguém o faz, não é por direito, muito menos por ética, é por mero condicionamento. O que pode ser condicionado pode ser descondicionado, ainda que a baba escorra ao soar o sino, ainda que a saudade bata, ainda que o desejo se imponha. Toda essa pressão nada mais é do que condicionamento. Não é uma necessidade humana comer carnes, dado que os oito aminoácidos essenciais necessários à sintetização de outros 12 que formam a cadeia proteica completa podem ser obtidos de alimentos vegetais.

Se nos igualamos aos animais em sensibilidade e consciência, ainda que cada espécie as tenha a seu próprio modo, algo que a Declaração de Cambridge sobre a Senciência Humana e Animal reconheceu já em 2012, estamos, injustificadamente, adiando a decisão de parar de atormentar e de matar nossos iguais para compor nosso prato.

Mas a abolição virá. Os animais não são “nossos”. Tampouco são meros “objetos” semoventes. Ainda que nossas mãos e ardis possam se apropriar deles, tal poder não nos autoriza a fazer. Somos todos, igualmente, animais. O que não admitimos que nos seja feito por quem tem a força, a astúcia e o poder de fazer, por exemplo, abreviar ou tirar nossa vida, não podemos mais justificar moralmente fazer aos outros de outras espécies.

Afinal, os direitos humanos fundamentais nada mais são do que nossos direitos animais: à vida, à liberdade de ir e vir, de expressar a própria sexualidade, de não ser privado de abrigo, grupo social e demais cuidados específicos. Está na hora de reconhecer aos outros animais os direitos fundamentais dos quais, injusta e violentamente, os excluímos há milênios.

Dr. phil. Sônia T. Felipe é filósofa, escritora, ativista pelos direitos animais, autora dos livros: Ética e experimentação animal: fundamentos abolicionistas; Galactolatria: mau deleite; Acertos abolicionistas: a vez dos animais.

Como tratamos os “nossos” animais



Enquanto defensores dos animais sentimos que já sabemos tudo acerca de como devemos manter e viver com os “nossos” animais. Na verdade, ainda não é muito o que sabemos acerca desses animais maravilhosos com quem partilhamos a vida: os cães e os gatos. Muitos de nós acreditam que basta colocar comida e água a um cão ou um gato, dar alguns passeios com o cão, que um gato facilmente se acomoda desde que haja um espacinho, que devemos levá-los ao veterinário quando estão doentes e brincar com eles quando temos tempo. Assim, parece que já fizemos “a nossa parte” ao têrmo-los adoptado, e é bem melhor que estejam connosco do que na situação em que os encontrámos, certo?

Pois bem, gostava então de analisar simples e brevemente o que acabo de escrever:

1 – Não existe tal coisa como fazer “a nossa parte”. A nossa parte é fazermos o máximo possível todos os dias da nossa vida, e o que quer que façamos continuará a não chegar;

2 – Não é necessariamente verdade que os nossos pequenos estejam melhor connosco do que estavam antes ou do que estariam se estivessem com outra pessoa. Pensarmos assim é o que *nos* faz sentir bem e *nos* conforta pensar.

Adoptar alguém (o mesmo se aplica à adopção de crianças) deve ser, em primeiro lugar, um acto de altruísmo. Adoptar para cuidar, para proteger, para acompanhar, para respeitar. As responsabilidades da adopção são demasiado importantes para serem descuidadas e uma má adopção pode significar a ruína na vida de um indivíduo. Adoptar um animal implica aceitar *todas* as consequências que possam advir dessa decisão, ou seja, todos os imprevistos e todas as boas e más surpresas. Para sempre! Não imaginaríamos fazer nascer ou adoptar uma criança e depois passá-la para os cuidados de outra pessoa se ela ficasse doente, implicasse despesas, se nascesse/entrasse um novo membro da família, se chorasse ou falasse muito alto, ou se trabalhássemos muitas horas. Se seria socialmente reprovável fazê-lo com um humano, porque é então tão melhor tolerado se for com um cão ou um gato? Será o especismo também um empecilho na vida dos cães e dos gatos? É, mas não tem que ser assim!

Os cães e os gatos conforme os conhecemos (domesticados) dependem imensamente de nós. Um cão deve ser passeado *pelo menos* três vezes por dia, deve ser exercitado, estimulado, acompanhado, e jamais deve ficar mais do que 6 horas sem urinar. Privar um animal daquilo que lhe é fisiologicamente natural (urinar foi apenas um exemplo) causa-lhe sofrimento/desconforto e é – ainda que não seja sempre propositado – uma forma de crueldade. Não é verdade que os gatos em qualquer canto se acomodam. Um gato precisa de explorar, de arranhar, de poder esconder-se se quiser, etc. Ambos precisam – tal como os humanos precisam – de estímulos e de uma vida social; com outros animais e com humanos.

Manter animais em transportadoras, “boxes”, espaços apenas com cimento, quartos fechados ou outros espaços semelhantes, não é protegê-los, nem faz de nós melhores apoiantes dos animais. Pelo contrário, perverte a essência da Causa, retirando-lhe dignidade.

Posto isto, é urgente começar (e já começamos tarde) a mudar a forma como “executamos” aquilo a que chamamos protecção dos animais. É urgente que façamos um esforço para mudarmos a ultrapassada forma como os vemos e cuidamos deles. Conforme disse no início, ainda sabemos pouco acerca das características dos outros animais, mas o que sabemos hoje é muito mais do que sabíamos há 60 anos. Assim, não é aceitável que continuemos a usar as mesmas fórmulas, infraestruturas e “mindset” dessa altura.

Mudar é extremamente difícil e implica muito trabalho. Implica sobretudo vontade e uma enorme dose de humildade para reconhecermos que o que estamos a fazer não está a funcionar e que pode, realmente, melhorar. Se reconhecermos isto o primeiro passo estará dado!

O exemplo deve partir de nós. Não é demais relembrar que não é porque não conseguimos fazer/mudar tudo que devemos esmorecer e abster-nos de tentar. Os nossos queridos companheiros agradecem e a Causa engrandece.

Este artigo foi escrito em Português de Portugal e sem recurso ao Acordo Ortográfico.



Rita Silva é vegana e ativista pelos direitos animais em Portugal. Trabalha na ONG ANIMAL, organização da qual é presidente, e é coordenadora Sul-Europeia da Cruelty Free International/BUAV. Você pode conhecer melhor o trabalho acessando também:

www.animal.org.pt
www.buav.org
www.crueltyfreeinternational.org


ANDA

A desencarnação dos irmãos animais



Que a paz esteja com todos.

Em primeiro lugar, queremos agradecer a todos que leram o artigo anterior, em que cada comentário fora de profunda reflexão nas opiniões mais diversas. E como aprendemos com vocês, caríssimos leitores.

Um assunto que vemos ser de suma importância tratar é referente ao desencarne desses nossos “entes queridos”, os nossos tutelados irmãos menores animais.

Como passamos a vivenciar diuturnamente os dramas de tutores em função da perda de seus tutelados, ou da forma enfermiça como eles se encontram, pedimos o auxílio dos benfeitores no sentido de oferecer uma palavra que pudesse consolar os tutores em tão extrema hora de dor.

Desta forma, fomos orientados a instruir os tutores a estarem ao lado do tutelado e abraçá-lo, conversando com ele sobre coisas boas que passaram juntos, os momentos de alegria, a infância, as travessuras, etc…, fazendo, assim, com que os irmãos zoófilos que os acompanham aproveitem o padrão vibratório e apliquem os passes de desligamento, colocando-os em estado letárgico, e com isso fazendo o corte nos últimos cordões fluídicos que ligam o “espírito”, ocorrendo assim o desencarne natural.

O “espírito” é, portanto, imediatamente ligado em nova matéria e, de acordo com sua espécie, retorna à vida conforme o período gestacional.

Em alguns casos, nossos irmãos e irmãs são levados para serem auxiliados nas diversas colônias espirituais existentes, conforme temos notícias através de obras mediúnicas sérias, como por exemplo as do espírito André Luiz, psicografadas pelo venerando Chico Xavier.

Começamos, então, a por em prática a orientação, e ao sermos convidados a visitar para uma prece esses irmãos menores animais moribundos e ajudando o tutor ou tutora nessa hora angustiosa, notamos a beleza de como ocorre no plano espiritual, através de nossa vidência: o carinho, o respeito pelo momento, o abraço dos tutores imantando o amor pela criatura, a gratidão deles por respeitar o momento certo do desligamento – sem antecipar pela eutanásia. E ao se retirarem com o espírito do tutelado, é como se eles tivessem carregando a joia mais rara do mundo.

Por isso que devemos nos manter respeitosos nesses momentos, fazer pouco ruído em casa, manter um padrão vibratório de amor, conversar bastante em tom moderado, fazer carinho, ter serenidade, revezar para poder ficar ao lado e ministrar os remédios indicados pelos venerandos médicos veterinários e agradecer muito pela oportunidade de estarmos juntos nesta vida temporal.

Para o nosso próximo encontro, trataremos dos reencontros entre tutores e tutelados, com casos verídicos.

Paz e Bem.
Gilberto de Azevedo Marques é vegano. É médium de vidência desde os quatro anos; dos nove aos 35 anos foi conduzido pelo seu Mentor Frei Gabriel a estudar as religiões, formou-se em Teologia pela Congregação Cristã do Brasil, em Teosofia pelo Monastério Franciscano na Sé. Estudou outras 35 religiões, 12 seitas e 17 filosofias. Atua hoje como Presidente e Dirigente Espiritual do Grupo Fraternal Francisco de Assis. É idealizador e responsável pela implantação do trabalho de Assistência Espiritual aos Animais no GFFA , responsável pela implantação deste mesmo trabalho em outros Centros Espíritas. Realiza seminários e palestras sobre a espiritualidade dos animais.

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